Saúde
Manejo da dengue durante a gestação: especialistas advertem riscos e destacam importância do diagnóstico precoce
Na semana passada, médicos ginecologistas e residentes se reuniram na sede da Associação de Ginecologia e Obstetrícia do RN (Sogorn) para discutir o manejo da dengue na gestação. Como especialistas, foram convidados o médico infectologista Kleber Luz e a médica ginecologista e obstetra especialista em gravidez de alto risco Ana Cristina Pinheiro Araújo, membro da Sogorn. Na ocasião, os presentes tiveram a oportunidade de participar de uma atualização científica sobre a problemática que afeta milhares de pacientes todos os anos.
De acordo com o último boletim do Ministério da Saúde, até 21 de março, o Brasil já notificou dois milhões de casos prováveis de dengue só no primeiro trimestre de 2024, o maior número registrado da série histórica. Transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti, a doença pode evoluir para dengue hemorrágica, quadro que tende a ser fatal, principalmente para as gestantes e outras populações de risco.
Segundo o professor do Departamento de Infectologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Kleber Luz, o atendimento às gestantes com sintomas de dengue é uma prioridade. “O profissional deve identificar os sinais de gravidade, se houver, ela (a gestante) precisa ingressar em uma unidade de emergência para ser tratada e monitorada”, notifica o especialista.
Para a professora do Departamento de Tocoginecologia da UFRN, Ana Cristina Pinheiro Araújo, as mulheres acometidas pela dengue no final da gravidez são o grupo de pacientes com maior risco. “O acompanhamento obstétrico é fundamental para todas as gestantes, em especial, nos casos de suspeita da dengue, pois, a doença eleva muito a mortalidade materna. Nesse caso, o ideal é a resolução do parto somente após controle do quadro clínico, evitando contaminação neonatal”, adverte a médica ginecologista e obstetra.
O presidente da Sogorn, Robinson Dias, reforça a importância dos cuidados prioritários com as grávidas acometidas pela dengue e esclarece as razões que motivaram o encontro na sede da instituição para tratar do tema. “É muito importante que os especialistas estejam preparados e sensíveis para a gravidade que a doença representa para as gestantes, por isso, consideramos por bem promover o debate, a exemplo do que tem feito a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) em nível nacional. Precisamos estar alertas para promovermos os cuidados necessários às mulheres grávidas, visando garantir a integralidade da sua saúde e do bebê”.