Connect with us

Saúde

Autismo na vida adulta: o que você precisa saber

Publicado

Embora estime-se que existam, no Brasil, 2 milhões de pessoas com autismo, a questão ainda é um tabu. Para quem convive com o Transtorno do Espectro Autista (TEA), é desafiador se integrar à sociedade e até mostrar ao mundo sua forma própria de viver.

Hoje, com mais informações e menos preconceito, muitas crianças são diagnosticadas precocemente e acompanhadas por equipes multiprofissionais em um trabalho que estimula o desenvolvimento das mais diversas habilidades. Mas há pessoas que apenas recebem o diagnóstico de autismo na fase adulta.

De acordo com o analista do comportamento Felipe Wanderley, do Núcleo Desenvolve, o diagnóstico de autismo tardio geralmente ocorre em pessoas que não apresentam déficits significativos em habilidades cognitivas e de linguagem, levando uma vida independente.

“É comum o relato de pessoas que foram diagnosticadas após procurar ajuda profissional por sentirem-se deslocadas do mundo, sem compreender as dinâmicas das interações sociais”, explica. “Depois disso, elas conseguiram entender as características do autismo, o porquê de suas ações, seus sentimentos muitas vezes incompatíveis com o esperado e compartilhado por grupos sociais”.

Características e acompanhamento

A rotina de um adulto autista varia de pessoa para pessoa, mas é comum encontrar algumas características recorrentes, como déficit em interações sociais, problemas na comunicação e comportamentos repetitivos. “A forma como essas características serão expressas é que ocorre de maneira muito particular, dependendo da história de vida de cada um”, afirma Felipe.

“Há adultos autistas que podem se relacionar com seu mundo físico e social com o mínimo de suporte de outras pessoas, mas há os que necessitam de um apoio maior, cuidadores e profissionais”, explica.

Segundo o analista, a inclusão de pessoas autistas no mercado de trabalho infelizmente não é uma realidade, mas é possível. “Na intervenção comportamental, há procedimentos que têm por objetivo a aquisição de competências importantes para desempenhar uma atividade profissional, interagir com colegas de trabalho, lidar com situações de stress e conflitos etc”, diz.

Quando há um plano terapêutico estruturado para uma pessoa autista, deve-se considerar o que ela já sabe e quais habilidades devem ser adquiridas para uma vida mais autônoma. “Dentre as competências que são necessárias para uma boa relação com o mundo físico e social está um conjunto que chamamos de habilidades funcionais, que englobam autocuidado, educação financeira, educação sexual etc”, explica Felipe.

As evidências apontam que procedimentos comportamentais são decisivos para o ensino de diversas habilidades socialmente relevantes e trazem grandes benefícios, ampliando a qualidade de vida de pessoas autistas e seus familiares. “Esses procedimentos são efetivos com bebês, crianças, jovens, adultos e idosos, sempre considerando o que é único em cada pessoa”.

Continue Reading
Deixe seu comentrio

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

X