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Esporte

Superação na meta

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O futebol é um esporte cheio de sensações, cores, sorrisos, lágrimas, agitações e, principalmente, sons. Provavelmente, ninguém nunca pensou em um estádio mudo ou em um time sem voz, porém, para Karol Alves, é assim que sua profissão é e, apesar de o dia do goleiro ter sido comemorado no último domingo, 26, ainda é tempo de contar histórias como a dela.

Imagine não conseguir ouvir os cantos da torcida, os gritos do treinador, e, principalmente, o grito de gol. Para muitos, isso pode parecer impensável, mas para Karol, o som do futebol não existe.

Karol Alves. Foto: Lucas Barros/TV Cabo Branco

Nascida em Alagoas, Maceió, ela tem 29 anos e desde os três vive sem sua audição e também sem sua fala, depois de ter sido vítima de meningite. Entretanto, essa condição nunca a fez querer desistir do mundo da bola. Seu 1.92 m de altura aliado a sua dedicação fizeram dela uma jogadora de defesa guiada pela energia dos campos, das companheiras de time, do técnico e dos momentos.

Desde muito nova, o desejo de pertencer ao esporte rodeava a atual goleira. Como não podia ouvir, a mãe de Karol, dona Maria da Ceição, decidiu que apoiaria a filha em todos os sentidos, principalmente no emocional, e não a faria desistir de seu maior sonho. Foi assim que a jovem vestiu as camisas do CSA e do CRB, principais equipes de sua cidade natal.

O apoio de sua mãe também vai aos gramados: dona Ceição sempre está presente em todos os treinos da filha, a fim de auxiliá-la para que Karol possa treinar tanto quanto as outras atletas. Desde março deste ano, as duas estão morando em João Pessoa, no alojamento do Auto Esporte, clube que a goleira defende atualmente e que, dentro do futebol feminino, vem construindo certo protagonismo, ainda que esse cenário seja repleto de dificuldades.

Karol e sua mãe, dona Ceição. Foto: Lucas Barros/TV Cabo Branco

A equipe atual de Karol é também a vencedora do Campeonato Estadual da Paraíba de 2019, edição que contou com sete clubes — maior quantidade em relação aos anos anteriores — e mostrou a evolução do futebol feminino no estado paraibano.

Além disso, o Auto Esporte está na série A2 dessa categoria, no mesmo grupo que o Cruzeiro de Macaíba, clube do RN, junto ao Bahia, Náutico, Sport e ao União Desportiva Alagoana-AL. Diante do novo coronavírus e do isolamento social, as atletas do Auto Esporte estão recebendo treinos específicos para fazerem em casa, seguindo as recomendações do treinador Guilherme Paiva.

Em meio ao cenário indefinido dos campeonatos devido à pandemia, a história de Karol é vista como superação na meta do Auto Esporte. Sem a audição, todos os outros sentidos da goleira são imprescindíveis para seu desempenho tanto nos treinos como em campo.

A paixão pelo futebol grita todos os dias no peito da atleta e pode ser ouvida por quem conheça sua bela trajetória de superação que emana das forças dela e de sua mãe.

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