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#SemanaElodeOrgulho: 5 cantoras LGBTI+ para você escutar ainda nesta semana

Publicado

Junho é o mês do Orgulho LGBTI+, o Elo Jornal está desenvolvendo a #SemanaElodeOrgulho e não poderíamos deixar de divulgar o trabalho musical de figuras femininas da comunidade LGBTI+.

Edição: Elo Jornal

Mais do que admirá-las, é preciso consumi-las, para que o que elas têm a dizer seja reconhecido. No mundo midiático, sabemos que as views e seguidores contam e importam para que essas artistas consigam contratos para álbuns, parcerias com marcas e sejam financiadas.

Visibilidade é imprescindível para essa classe e que tal tirar esta semana para escutar cinco artistas femininas e exaltar o trabalho delas?

LINN DA QUEBRADA

Foto: Gabriel Renne

Linn da Quebrada é o nome artístico de Lina Pereira, nascida em São Paulo. Resumir essa mulher apenas como atriz, cantora e compositora me parece pouco. Sua existência vai além desses nomes porque sua arte carrega toda a sua realidade e essência como uma mulher trans negra vivendo no Brasil. Vivência essa que nós não conseguimos sequer imaginar como seja passar.

Ativista pelos direitos civis da comunidade LGBTI+ e da população negra, Linn é uma das artistas mais relevantes do cenário musical LGBTI+ que temos hoje em dia no Brasil. Sua arte é provocativa ao desconstruir estereótipos e incomodar os padrões conservadores de nossa sociedade.

Como seu trabalho musical será ressaltado abaixo, é interessante falar sobre sua trajetória no audiovisual, que já lhe rendeu prêmios nacionais e internacionais. Em 2017, ela participou do filme Corpo Elétrico e do documentário Meu Corpo é Político. Em 2018, do filme Sequestro Relâmpago e do documentário Abrindo o Armário. Em 2019, ela participou da série Segunda Chamada e do documentário, do qual foi também roteirista, e que lhe rendeu cinco prêmios, Bixa Travesty.

Dito isso, a música de Linn escolhida para você escutar esta semana é Oração. E uma curiosidade é que, em uma live para a ONErpm Brasil, Linn comenta que ela e sua equipe sofreram com um homem, junto com policiais, tentando impedir as filmagens da gravação, que aconteceram em igreja abandonada. Ainda que ela tivesse em mãos a permissão da prefeitura para a realização do clipe.

Sabemos que o ataque não foi gratuito, já que outros artistas já fizeram gravações no mesmo local. Linn incomoda apenas por ser quem ela é, por este motivo, o clipe ganha ainda mais significado.

“A quem costumeiramente ama

A mente ama também”

*Gostou da Linn da Quebrada? Se inscreva no canal do Youtube e siga o Instagram dela.

ELLEN OLÉRIA

Foto: Helen Salomão

Ellen Oléria é uma potência enorme. Atriz, cantora e compositora, ela participou (e venceu!) a primeira temporada do The Voice Brasil. 

E abrindo um parêntese para um aspecto pessoal que esta autora que vos fala tem com a Ellen: lembro de torcer por ela no programa desde o primeiro minuto e me apaixonar por completo com sua interpretação de Maria Maria, de Milton Nascimento. Por isso digo, a voz dela é forte como poucas são.

Natural da capital do Brasil, Ellen é formada em Artes Cênicas na Universidade de Brasília. Tendo um longo caminho na música, a cantora acumula prêmios em festivais e turnês pelo mundo.

Mais do que artista, ela também tem um forte ativismo político que foi possível ser observado ao longo das temporadas do 1° programa LGBTI+ da TV aberta, o Estação Plural, exibido de 2016 a 2018 pela TV Brasil. Ellen era a apresentadora com junto com Mel Gonçalves, da antiga Banda Uó, e o jornalista Fernando Oliveira, o Fefito.

A indicação de música dela para esta semana é Luz do amor, do álbum Afrofuturista. É música para se encher de calmaria por dentro e se iluminar. Escuta aí!

Mais uma chance pra mim, vou fazer ainda melhor

Eu já fiz sofrer, já chorei demais

Vivi noites em claro, serviu pra me iluminar

Falei com o espelho e já tá tudo combinado

Tá mais que acertado

Hoje vai ser bem melhor

*Gostou da Ellen Oléria? Se inscreva no canal do Youtube e siga o Instagram dela.

LINIKER

Foto: Leila Penteado

Voz que toca no fundinho da alma. É como podemos definir Liniker. Desde 2015, ela é integrante do grupo musical Liniker e os Caramelows. Com eles, atingiu músicas bastante conhecidas na comunidade LGBTI+, e fora dela. Desde 2019, ela está investindo em sua carreira solo e seus fãs estão ansiosos à espera de mais trabalhos e parcerias que a coloquem cada vez mais no topo.

Liniker de Barros Ferreira Campos é de São Paulo e já fez parcerias com o grupo Francisco, el Hombre; Johnny Hooker; Supercombo; e nossa Linn da Quebrada, mencionada anteriormente.

Para todos os momentos e fases, Liniker tem as músicas certas. Não há quem não se agrade com música brasileira com traços do R&B e soul. Sua voz mergulha no peito e faz a gente se entrelaçar em suas letras.

Como mulher trans, Liniker representa, desde o começo de sua carreira, a quebra dos padrões do “ser”. Em inúmeras entrevistas, mesmo afirmando que é uma mulher trans, faz um apelo à liberdade do ser. Ela é Liniker e isso basta. Não quer ser colocada dentro de um quadrado e que seja ditado como ela deve agir.

Entre tantas músicas de Liniker que merecem ser ouvidas, a indicação de hoje é Calmô. Essa é para acalmar o coração.

Pela manhã, quando você acorda

O teu sorriso tão ligeiro vem me despertar

Vagarosa, formosa menina

Tem calma, tem jeito, tem também

O coração tranquilo, coração de alguém

*Gostou da Liniker? Se inscreva no canal do Youtube e siga o Instagram dela.

MARIA GADÚ

Foto: Reprodução/Instagram

Você sabe quem é Mayra Corrêa? É a nossa Maria Gadú!

A paulista é cantora, compositora, instrumentista e produtora. É muito trabalho e uma coleção de prêmios que essa mulher tem, mas se eu disser que ela já foi indicada cinco vezes ao Grammy Latino, você já tem ideia que esse feito é para poucos. Não venceu qualquer uma dessas indicações ainda, é verdade, mas ser indicada é grande coisa.

Sempre que falamos de Gadú é difícil não se lembrar de Shimbalaiê. Todo brasileiro com mais de 20 anos deve se lembrar de escutá-la em algum lugar, assim como nossos pais escutavam Evidências em todas as rádios. Essa música já foi trilha sonora de novela da Rede Globo, já passou por vários programas e não parava de tocar na rádio.

O seu talento para compor e cantar é inegável e ela utiliza de sua arte e posição para dar voz a todas as pessoas. Além de representante do movimento LGBTI+, ela é defensora das causas dos povos indígenas e do meio ambiente, chegando a realizar lives sobre o tema em seu Instagram. Como diz em entrevista para o G1 – Portal de Notícias da Globo: “Eu não consigo me ver como um campo unitário. Eu acho que a minha voz é um complexo de vozes. Quando falo, não falo só por mim. […] Quando a gente amplifica no coletivo, que é o intuito da live, o que está sendo amplificado não são as vozes unitárias, e sim, a causa: a proteção do meio ambiente e dar as mãos aos povos indígenas, que é super prioritário”. 

A próxima música a ser indicada trata justamente da temática de preservação dos povos indígenas e meio ambiente. Assista a Mundo Líquido:

Vou debruçar meu caráter no Negro Rio, mata híbrida

Quero contar aos meus filhos sobre um mergulho fantástico

*Gostou da Maria Gadú? Se inscreva no canal do Youtube e siga o Instagram dela.

BETH DITTO

Foto: Reprodução/Instagram

(Hoje é dia de rock, bebê.)

Tem mulher gorda e lésbica nesta listinha produzindo rock de qualidade. Beth Ditto tem um vozeirão daqueles. Ela é do Arkansas, EUA, e foi parte de 1999 a 2016 da banda Gossip. Sua militância LGBTI+ vem de tempos e fica claro na música Standing in the Way of Control, de 2004, escrita por Ditto como resposta à decisão do governo norte-americano de negar o direito ao casamento de casais LGBT.

Declaradamente lésbica, Ditto já posou nua para a On Our Backs, uma revista erótica para lésbicas. Dentro disso, entra a questão da forma como ela se mostra veemente contra a gordofobia e faz questão de seu corpo gordo e lésbico ser “normalizado” socialmente.

Inclusive, em 2007, ela se manifestou publicamente contra a loja de roupas Topshop, quando se recusou a fazer uma performance em um lugar que não vendia roupas para pessoas como ela.

Sem medo de estar na pele em que está, Beth Ditto como um acontecimento ímpar. A música dela para esta semana é Fire. Acompanhe:

Hands too burnt

Sitting on the side of the road

Ain’t gotta an honest feeling in my bones

*Gostou da Beth Ditto? Se inscreva no canal do Youtube e siga o Instagram dela.

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