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Saúde

O vai e volta das negociações do Brasil com a Pfizer

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A farmacêutica diz estar negociando as vacinas contra a Covid-19 desde agosto de 2020

Desde o primeiro semestre de 2020, o governo brasileiro está em negociações com a Pfizer-BioNTech, que diz, em nota, ter oferecido três propostas ao país para a aquisição de 70 milhões de doses de suas vacinas. A entrega poderia ter ocorrido em de dezembro de 2020.

Confira um trecho da nota: “Países como Estados Unidos, Japão, Israel, Canadá, Reino Unido, Austrália, México, Equador, Chile, Costa Rica, Colômbia e Panamá, assim como a União Europeia e outros países, garantiram um quantitativo de doses para dar início à imunização de suas populações, através do acordo que engloba as mesmas cláusulas apresentadas ao Brasil”, diz o comunicado.

Em 6 de janeiro de 2021, o ministro da Saúde, Eduardo Pazzuello, informou, por meio de pronunciamento, que já havia 354 milhões de doses asseguradas para 2021, sendo 254 milhões pela Fiocruz, em parceria com a AstraZeneca/Oxford, e 100 milhões de doses pelo Instituto Butantan, em parceria com a Sinovac. Essas vacinas, no entanto, possuem aprovação no Brasil apenas para uso emergencial.

Em comunicado, Pazuello também enfatizou sobre a Pfizer. O Ministério tem ressalvas quanto à vacina da Pfizer, devido à não responsabilização por qualquer efeito colateral e a obrigação do governo brasileiro fornecer material para diluir o imunizante. “A Pfizer já disponibilizou suas vacinas em vários países, mesmo em quantidades muito reduzidas. O Ministério da Saúde está trabalhando com os representantes da empresa para resolver as imposições que não encontram amparo na legislação brasileira”, disse.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, no dia 23 de fevereiro de 2021, o pedido de registro definitivo da vacina contra a Covid-19 produzida pela Pfizer/BioNTech. É a primeira autorização dessa natureza para um imunizante contra a Covid-19 no Brasil e em toda a América Latina. Este tipo de autorização permite que a farmacêutica comercialize doses para aplicação em massa em toda a população brasileira. Porém, o laboratório ainda não assinou o contrato de venda com o Ministério da Saúde e não há doses disponíveis no Brasil para aplicação.

O governo sofreu críticas pelas justificativas de não querer adquirir a vacina, como a do biólogo e pesquisador Átila Iamarino, pós-doutor em microbiologia pela Universidade de São Paulo e pela Yale University. No dia 24 de janeiro, o pesquisador publicou a seguinte mensagem em seu Twitter: “Recebemos sim essa oferta de 70 milhões de doses de vacinas que poderiam cobrir quase todos os grupos prioritários em grandes cidades, mas escolhemos, em nome dos brasileiros, que eles preferem morrer de asfixia’; 70 milhões de doses de vacinas da Pfizer não acabariam com a COVID no Brasil, além de serem difíceis de transportar e aplicar fora de grandes metrópoles. Mas poderiam salvar dezenas ou centenas de milhares de pessoas se aplicadas em grupos prioritários nos grandes centros”, disse.

Pfizer diz estar confiante nos avanços das negociações

Logo após o anúncio, a presidente da Pfizer no Brasil, Marta Díez, afirmou em uma nota a confiança em chegar a um acordo com o governo brasileiro. “Desde o início trabalhamos em parceria com a Anvisa, apresentando documentos e informações, para que a avaliação de nossa vacina ocorresse no menor prazo possível, levando em consideração todas as etapas que esse processo exige. Ficamos muito felizes com a notícia da aprovação e gostaríamos de parabenizar a agência pela celeridade e profissionalismo que demonstrou em todas as etapas desse processo”, afirmou Marta, que completou: “Esperamos poder avançar em nossas negociações com o governo brasileiro para apoiar a imunização da população do país”, concluiu.

Opinião de especialista

No último dia 23, em uma entrevista para o canal da CNN Brasil, o ex-presidente da Anvisa, Dirceu Barbano, disse que a chegada do imunizante no país ainda depende de negociações com o Ministério da saúde.

‘’Nós temos uma experiência enorme nesse tipo de corporação de tecnologias de vacinas, então os técnicos do Ministério sabem o que é necessário que constem nos contratos. O que se espera é um bom senso pelos dois lados tanto por parte da Pfizer, quanto do governo, para que esse impasse não inviabilize a chegada da única vacina que tem registro permanente no país”, ressaltou.

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