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#EspecialPelé: 14 de novembro ou 19 de novembro? A recontagem polêmica do milésimo gol de Pelé

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Pênalti batido por Pelé (foto: Reprodução/Facebook Botafogo PB)

Bola na marca do cal e, no Maracanã, 65.157 pagantes estavam prestes a ver o emblemático milésimo gol de Pelé sobre o goleiro argentino Andrada. O Estádio Jornalista Mário Filho veio abaixo e ficou marcado para sempre, naquele 19 de novembro. Porém, já pensou se eles estivessem vendo o milésimo primeiro gol do Rei do Futebol?

Ao invés da torcida que lotou o Maracanã, os agraciados desse momento histórico seriam os paraibanos, cinco dias antes da partida histórica contra o Vasco. Era 14 de novembro de 1969, no Estádio Governador José Américo de Almeida. O Santos disputava um amistoso contra o Botafogo-PB. O peixe venceu pelo placar de 3 a 0, no jogo que Pelé marcou um gol de pênalti e foi defensor do gol santista, após a lesão do goleiro Jairzão.

A contagem é polêmica. Os jornalistas André Neiva da Mota e Silva e Thomaz Mazzoni faziam as estatísticas das bolas nas redes que o rei anotava. O jornal Folha de São Paulo perguntou aos dois quantos gols faltavam para o milésimo. Houve uma diferença de dois gols entre a contagem dos repórteres.

Depois de muito tempo, em 1995, a Folha de São Paulo fez uma recontagem dos gols e descobriu um jogo esquecido, em 1959, quando o jovem Edson Arantes do Nascimento servia ao exército brasileiro e disputava a primeira edição do Sul-Americano militar.

O jogo em questão foi contra o Paraguai, no dia 18 de novembro de 1959. A Seleção Brasileira militar venceu pelo placar de 4 a 1. Pelé marcou o segundo gol brasileiro naquela partida. Anteriormente, havia três erros. O primeiro foi quanto à questão da data do jogo: acreditava-se que fora disputado no dia 5 de novembro.

O segundo erro foi em relação ao placar: antes, admitiu-se um 4 a 3 para o Brasil. O terceiro e mais polêmico erro foi que afirmaram que o maior jogador da história do futebol brasileiro não havia marcado. A partir da apuração desse jogo em questão, consultando súmulas e manchetes de 12 jornais, a recontagem foi refeita. A data e o local do milésimo gol mudaram.

No dia 14 de novembro, na Paraíba, no antigo Estádio Governador José Américo de Almeida , que hoje virou a Vila Olímpica Ronaldo Marinho, o Santos estava fazendo jogos pelo Nordeste ao mesmo tempo em que disputava a Taça de Prata, o Campeonato Brasileiro da época. O clube paulista recebeu um convite do Belo, apelido carinhoso que o Botafogo-PB possui, para enfaixar o recente bicampeão paraibano.

Foi uma partida fácil para o peixe, que venceu pelo placar de 3 a 0. Pelé marcou o segundo do Santos, de pênalti, coincidentemente igual ao “gol milésimo oficial”, aos 23 minutos do segundo tempo.

Uma pena para as três mil pessoas que queriam ver o milésimo, segundo a estatística oficial, e não nongentésimo nonagésimo nono gol, como foi noticiado na época. Anos depois, os espectadores que foram ao Estádio José Américo de Almeida podem falar que viram o gol de número mil do maior jogador de todos os tempos.

Em toda sua carreira futebolística, Pelé fez 1281 gols. Segundo a FIFA, foi o primeiro jogador a quebrar a barreira dos mil gols

Do Maracanã para o Estádio Governador José Américo de Almeida. De Andrada para Lula — goleiro do Botafogo-PB no dia 14 de novembro — o milésimo brilho anotado por Edson Arantes do Nascimento continua sendo de pênalti.

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