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Economia

Economista analisa impacto que suspensão do Carnaval causa no bolso dos brasileiros

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Estimativa era de R$8 bilhões injetados na economia nacional com 25,4 mil empregos gerados para atender demanda de 36 milhões de foliões no país

Foto: Pexels

O Carnaval 2021 fechará o primeiro ciclo de grandes feriados e datas comemorativos que foram impactados pela crise do coronavírus. Depois dele, a próxima data será a Páscoa, que no ano passado já foi celebrada em meio à pandemia. Embora a sociedade brasileira já tenha criado um certo entendimento de que, neste momento, tudo não pode ser como era antes, a ausência das festas carnavalescas não só será sentida no âmbito cultural, como também no econômico.

Usando como base somente 2020, a estimativa da Confederação Nacional do Comércio, Bens, Serviços e Turismo (CNC) era de que o Carnaval de 2021 injetasse algo em torno de R$8 bilhões na economia brasileira. Em termos de empregos temporários, a estimativa girava na casa dos 25,4 mil trabalhadores para atender a uma demanda de pelo menos 36 milhões de brasileiros e turistas que pretendiam pular carnaval de Norte a Sul do país.

“A ausência do Carnaval será sentida principalmente para os setores e pessoas que trabalham diretamente com as festividades. Turismo, hotelaria, gastronomia, serviços de transportes e autônomos serão os mais impactados. Para parte desses profissionais, o Carnaval é fonte de renda para o ano todo. Para outros, é maneira de formar uma reserva financeira para cobrir os gastos ao longo ano. Isso vai impactar diretamente na renda de uma boa parte dos brasileiros”, diz Hugo Meza Pinto, economista e professor da Estácio. 

Na opinião do professor, a sociedade vai se dar conta da importância desta data não pela ausência da folia em si, mas pelo que ela representa na economia. “É bem provável que discursos usados nos últimos anos, de que o Carnaval não deveria ter incentivo público ou privado, de que se acabasse não teria impacto nenhum, caiam por terra, pois 2021 será o ano em que veremos na prática a ausência dos impactos positivos de uma das maiores festas culturais mundiais”, destaca. Para Hugo, a tendência é que nos próximos anos o Carnaval venha ainda com mais força em todos os sentidos. “Basta termos uma população com maioria vacinada que, certamente, em 2022 a festa será maior e, quem sabe com um olhar focado na valorização deste importante segmento cultural que emprega milhares de pessoas Brasil afora”.

Enquanto não se tem a vacina

Uma das palavras que foram exaustivamente repetidas em 2020 foi ‘reinvenção’. O coronavírus efetivamente jogou no colo das pessoas essa demanda para a sociedade. Mais do que nunca, todos fomos convidados a pensar em como fazer o ‘reinventar’ acontecer na prática.

“Profissionais precisaram entender que pandemias são períodos a se atravessar. Elas vêm e vão. Sabíamos de antemão que a Covid-19 chegaria. O que não sabemos ainda é a data que ela vai embora. Por isso, é inteligente buscar aprender o máximo sobre como lidar com a situação”, relata o professor, destacando que na área financeira o primeiro passo a ser dado é “replanejar todas as contas, excluindo e/ou adiando tudo o que não for necessidade, bem como coisas que não fazem sentido investir no momento pandêmico”. 

Em um segundo momento, a estratégia é ter um olhar analítico, buscando ter a noção de que, apesar da tragédia humana, a crise do coronavírus apresenta oportunidades para a sobrevivência financeira. “Você não pode ficar parado. O que você precisa é começar a pensar diferente e olhar para o seu lado. A dica é ler, atualizar-se, olhar ao entorno onde está a oportunidade”, ressalta.

“Muitos dos que fizeram esse exercício ao longo do ano, certamente passarão por um Carnaval menos indigesto. Projetos formidáveis foram desenvolvidos nestes últimos meses e ganharam o mercado na área de delivery, atendimento à distância, empresas que coordenam um batalhão de entregadores surgiram. Tudo isso porque se pensou em alternativas de renda, partindo de um outro momento e da necessidade do mercado”, frisa o economista.

Para quem era acostumado a trabalhar no Carnaval e obter uma renda extra, esse seria um caminho a ser seguido. “Sempre há tempo. Prepare-se para o futuro próximo. Um novo ciclo de feriados e datas comemorativas se iniciará e enquanto a vacina não chega a todos, ainda teremos que conviver com as restrições. Não podemos trabalhar somente com que temos em mãos, temos que adaptar nossas habilidades para as necessidades atuais. Desta forma, a travessia da pandemia, ao menos no que diz respeito à finanças, pode ser menos dolorosa, é isso que o Carnaval tem a nos ensinar em 2021”, finaliza.

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