Justiça
Caso Mariana Ferrer: protesto em SP, pelo fim da cultura do estupro
O caso da jovem Mariana Ferrer, 21 anos, dopada e estuprada em dezembro de 2018, no clube Café de La Musique, localizado em Florianópolis, Santa Catarina, onde trabalhava como embaixadora. Mariana movia um processo há dois anos no Tribunal contra o empresário André Aranha. O caso tomou um rumo completamente inesperado, onde a vítima foi humilhada pelo advogado de acusação Cláudio Gastão Filho durante o júri ocorrido de forma remota, em decorrência da pandemia e o então acusado foi inocentado.
A sentença foi publicada no dia 9 de setembro, onde o juiz Rudson Marcos, absolveu o empresário sob o argumento de que não havia “provas contundentes nos atos a corroborar a versão acusatória”.
Muitas pessoas ficaram indignadas com a sentença de “estupro culposo” e a hashtag #justiçaporMarianaFerrer tomou as redes sociais. Grupos feministas e apoiadores fizeram passeatas por todo o país pedindo justiça e a prisão de Aranha.
Em São Paulo, o protesto teve início na famosa Av. Paulista, que já foi palco de outras manifestações populares. Mulheres pronunciavam palavras de ordem como: “mulher organizada lutando pela vida”, ou “mulher é revolução”. E em suas mãos cartazes com frases como “o estupro veio antes da mini saia”, e “minha roupa não é um convite”.
Muitas mulheres emocionadas em meio a relatos de outras que relatam já ter vivido algum tipo de abuso e sentir a mesma dor de Mariana. Mães, filhas, pais irmãos, todos em prol de uma causa, pedindo justiça em um país onde quem tem influência econômica acha que pode fazer qualquer coisa, que sempre sairá impune.
Fotos: Tiffany Magalhães