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Economia

A necessidade que se transformou em sucesso: pessoas que decidiram empreender para sobreviver comemoram os bons resultados dos próprios negócios

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Desde 2020  cerca de 6 milhões pessoas se tornaram MEIs em todo o país

Em meio à pandemia do Coronavírus, que levou milhares de empresas a pausarem as atividades por meses ou até fecharem as portas, e sem oportunidades à vista, Cecília Oliveira arregaçou as mangas e decidiu cavar a própria chance no mercado de trabalho. Jornalista por formação, listou os serviços que poderia oferecer como profissional e lançou a própria agência de comunicação. 

“Comecei a empreender por necessidade. Não estava conseguindo inserções no mercado tradicional de trabalho e tive que buscar outras alternativas. Este ano minha empresa completa dois anos e eu não poderia estar mais feliz”, destaca.

Cecília Oliveira – Jornalista criou a empresa Comunica Ceci durante a pandemia | Foto: Cedida

A jornalista potiguar faz parte da grande massa de brasileiros que abriram o próprio negócio nos últimos anos, impulsionados pela dificuldade de encontrar emprego e sobreviver em meio à crise sanitária e econômica do país. De acordo com a empreendedora, a iniciativa foi mais desafiadora ainda porque não teve um planejamento.

“Como comecei a empreender sem planejamento, definir prazos, métodos de entrega, além de sistema de contratação, foi muito desafiador. Ainda mais porque sou ‘eugência’. Então, eu resolvo tudo”, revela.

Como forma de se posicionar frente ao mercado e gerar maior credibilidade, Cecília tornou-se MEI ainda em 2020. Ano em que, de acordo com pesquisa do Sebrae, o número de empresas sem assalariados começou a crescer. Nos últimos dois anos e meio, cerca de 6 milhões de pessoas abriram suas empresas e se tornaram Microempreendedores Individuais. 

“Muitas pessoas acabaram sem emprego formal devido à fragmentação mercadológica que a pandemia gerou. Nesse contexto, as pessoas se viram no primeiro momento sem um horizonte a ser seguido. Todavia, começaram a analisar o próprio contexto e enxergar possibilidades para empreender, seja por necessidade ou até mesmo por oportunidade. Dessa forma, conseguiram gerar renda e ampliar uma perspectiva de melhoria”, explica Max Bruno, Analista Técnico do Sebrae-RN.

Já para Jaqueline Medeiros empreender foi a forma encontrada para atender a necessidade de estar mais em casa para cuidar tanto da filha quanto da mãe. Ainda em 2019, ela se mudou para Parnamirim, região metropolitana de Natal,  por uma questão profissional do esposo.  No mesmo período, descobriu que a mãe, que até então a ajudava a cuidar da filha, estava com câncer e precisando de atenção. 

Jaqueline Medeiros fez da adversidade uma oportunidade de empreender | Foto: Cedida

“Me vi em uma cidade que não conhecia, sem amigos e com a minha mãe precisando de cuidados. Avaliei o mercado e o que poderia fazer com minhas experiências vividas como nutricionista, nas áreas de gestão, auditoria e consultoria. Foi aí que nasceu o “Bolo da Nutri”.

Inicialmente, Jaqueline oferecia apenas bolos voltados para culinária inclusiva e saudável.  Com o tempo, o público foi expandindo e o cardápio oferecido também.

“Hoje, além dos bolos, tenho uma linha de congelados, sopas e tortas salgadas, brownies, bolos de festa e outros doces”, destaca a empreendedora.

Com a pandemia, a nutricionista pensou que teria o negócio prejudicado, mas aconteceu justamente o contrário e a iniciativa se consolidou. 

“No início da pandemia achei que fosse ter que parar, mas foi exatamente quando floresceu, adotando várias estratégias com foco principal no atendimento. Passei a enviar chás naturais como mimo e recadinhos escritos à mão, por exemplo. Outro ponto importante foi a decoração das embalagens dos bolos. Mesmo mantendo o ar rústico e simples, ganharam toques especiais com fitas, barbantes e flores secas”, relembra. 

Um dos carros-chefes é o bolo de frutas sem leite, açúcar ou glúten | Foto: Bolo da Nutri

E não parou por aí. A nutricionista investiu em formas de pagamentos diferenciadas para evitar o contato físico, além de se dedicar ao marketing digital.

“Disponibilizar pagamentos em cartão online, no período em que as pessoas evitavam contato foi também muito importante. Ainda aumentei o número de postagens nas redes sociais, fiz algumas lives em parcerias e sozinha,  dei palestras online. Com isso, aumentou a visibilidade e consequentemente a procura pelos produtos. Para melhorar ainda mais o atendimento, fiz parceria com uma cooperativa para otimizar as entregas”, explica.

Para Max Bruno, Jaqueline fez exatamente o certo porque “o caminho mais correto para o sucesso é a qualificação, sem esquecer que o mercado está sempre cheio de novidades e que é preciso o empreendedor sempre estar se atualizando”.

Desde a criação, há 12 anos, a figura do MEI já formalizou 14 milhões de brasileiros. Segundo dados do Sebrae, foram criados 2,6 milhões de MEIs em 2020 e 3,1 milhões em 2021. Este ano, já foram registrados mais de 646 mil novos MEIs em todo o país.

O MEI assegura o acesso a diversos benefícios e vantagens, como aposentadoria, auxílio-doença e afastamento, salário-maternidade, no caso de gestante e adotantes, além de garantias também para a família, como pensão por morte e auxílio-reclusão.

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