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Opinião

A importância do Jornalismo Independente

Publicado

Foto: Victória Z. Alves

O jornalismo é uma força que mesmo “invisível” aos olhos, pode ser um bom informante da verdade, mesmo que seja muito mais que “uma voz”, o jornalismo é capaz de fazer com que outras vozes sejam ouvidas, notadas, vistas diante da falta de calma e verdade perante a sociedade. O jornalismo independente é o mais forte possível dentre tantos jornalismos, por ser o mais focado no produto notícia e não no custo para se noticiar, além de tudo, há muitas divergências, o independente possui muito mais dificuldade para se manter estável, isso porque diferente dos hegemônicos, o independente é feito geralmente pela sede de verdade, de visibilizar aqueles que são ocultos, de mostrar o que muitos querem esconder por fatores econômicos e políticos, há muita vida no jornalismo, mas no independente há muito o que se lutar para sobreviver. Isso porque quando mostramos o que tentaram maquiar, afeta a imagem de alguém de poder, e que consecutivamente, pode nossa vida ou nosso emprego ameaçar.

É extremamente cuidadosa e perigosa a linha que corre entre o publicado e quem o publicou, é uma dualidade. O jornalista hegemônico que produz suas pautas de acordo com o que vai de interesse público junto ao interesse dos donos desses portais de comunicação geralmente tende a relevar coisas e pessoas, pelo bem do seu emprego. É muito significativo que canais de comunicação de grande escala tenham como donos pessoas extremamente religiosas e inseridas na política, fazendo com que seus conteúdos sejam apoiados e bem vistos diante do público. Claro, enviesando. Consigo enxergar o jornalismo independente e o jornalismo investigativo como grandes detentores de seus ideais, mas mais do que isso, detentores da diversidade, da liberdade e da verdade. Não em sua totalidade, tendo em vista que há jornalismo independente ultraconservador, por exemplo, mas digo do jornalismo que exibe todas as vivências sem distinção, ou quase nenhuma.

Para o crescimento e consolidação do jornalismo em sua função social, deveríamos salientar que para isso e bons resultados, precisamos de ver mais investimentos nesses veículos contra-hegemônicos. Como visto no documentário produzido pelo Marco Zero Conteúdo, o que nos falta não é talento de nossos profissionais, mas sim recursos para a produção desses materiais. A multiplicidade desses veículos traz a veracidade e o fortalecimento da tentativa de manter nossa democracia viva, com os problemas sociais sendo transparentes, para que possamos enxergar de verdade o que está acontecendo, não apenas sob nossos olhos, mas em todo nosso país.

Há uma citação que consegue ser muito atual no nosso contexto político e social, o jurista Rui Barbosa (1849-1923) dizia: “A pior democracia é preferível à melhor das ditaduras”. E é incompreensível que exista tantas vozes – de pessoas no poder – que tentem nos calar, nos oprimir, nos ameaçar, em pleno exercício da democracia, teoricamente. Fazendo com que lutemos a todo custo contra a opressão dos poderosos contra a verdade dos jornais que querem mostrar as verdades ocultas por tantos outros.

É crucial para um olhar mais cru do diálogo do jornalismo independente e do seu papel social diante de qualquer momento na política ou em qualquer setor de nossas vidas o acompanhamento sobre as discussões reais desses meios e suas lutas e pautas. Sua função nada mais é do que “nadar contra a maré”, quando tudo o que se é visto claramente é superficial, e dados querem ser cada vez mais ocultados da mídia e da transparência de esfera pública, como se o pleno exercício do jornalismo e da democracia não andassem de mãos dadas e fossem de trabalhar para com a sociedade, em busca de torná-la mais igualitária e justa, independente de classe social, etnia e orientação.

Produzido com intuito acadêmico e adaptado para a publicação. Pauta crucial da disciplina de Mídia Contra-Hegemônica, na UFRN.

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