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Esporte

A Era Pia e a esperança para a ascensão do futebol feminino no Brasil

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A sueca Pia Sundhage está à frente da seleção feminina brasileira de futebol há pouco mais de um ano, mas as mudanças são expressivas desde sua chegada à Granja Comary

Daniela Porcelli/CBF

Técnica, ex-atleta e carismática, Pia possui um currículo muito expressivo no futebol feminino. A sueca foi treinadora da maior seleção de futebol feminino do mundo, a estadunidense, no período de 2008 a 2012. À frente da seleção norte-americana, Pia conquistou resultados expressivos, tais como: duas medalhas de ouro nas Olímpiadas de Pequim (2008) e de Londres (2012), além de ter conquistado o vice-campeonato mundial em 2011. Ela também ganhou o prêmio de melhor treinadora do ano, na premiação dos melhores da FIFA, referente ao ano de 2012.

Pia e a seleção estadunidense. Foto: Getty

Após esse período de hegemonia na seleção norte-americana, Pia resolveu assumir o comando da Suécia, seu país natal, e ficar responsável pela equipe sub-17. Com isso, a treinadora passou a preparar novas atletas da base e direcioná-las à seleção principal. A partir desse trabalho de integração entre a base e o profissional, Pia conseguiu ganhar a medalha de Prata com a seleção da Suécia nos Jogos Olímpicos do Rio, em 2016.

O profissionalismo e a representatividade de uma ex-atleta, mulher e técnica responsável por comandar uma seleção com maestria dentro e fora de campo foi muito elogiado e admirado pelos amantes do futebol feminino e, sobretudo, do futebol.

Sundhage é bicampeã olímpica. Foto: AFP

Seleção brasileira

Antes do início da “Era Pia Sundhage”, a seleção brasileira estava sob comando do treinador Vadão. Após a insatisfação do público, da cúpula da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e até de algumas atletas, Vadão foi demitido. O pedido nas redes sociais era em busca de melhorias e transformação. Agora, portanto, parece que finalmente estamos colhendo resultados expressivos e representativos, com mulheres em posições importantes dentro da CBF para comandar o futebol feminino fora de campo.

Em setembro de 2020, foi apresentada mudanças nos cargos de gestão do setor feminino da CBF. Aline Pellegrino, ex-capitão e medalhista olímpica da seleção brasileira, assumiu o cargo de Coordenadora de Competições Femininas da CBF, juntamente com Duda Luizelli, ex-jogadora e até então coordenadora de futebol feminino no SC Internacional, responsável agora pela Coordenação da Seleção Brasileira Feminina. Além disso, Rogério Caboclo, presidente da CBF, finalmente anunciou o fim da desigualdade nos pagamentos entre homens e mulheres dentro da entidade, com o intuito de fazer com que as seleções fiquem em situação de equidade entre os atletas, sem distinções de gênero.

Pia durante treino. Foto: CBF

É indiscutível que ainda há muito a se trilhar para que o futebol feminino tenha o apoio financeiro desejado e melhores condições de trabalho. No entanto, a mudança dentro da CBF pode ser a esperança para a ascensão feminina dentro de um esporte que ainda há quem diga que não é para mulher. A esperança é de que as condições para o futebol feminino sejam cada vez mais dignas e eficientes para as atletas que fazem do esporte seu instrumento de trabalho.

Pia Sundhage foi e é responsável por uma série de mudanças em nosso futebol, mesmo que de forma indireta. É nessa transformação que temos de nos apegar. A sueca trouxe ânimo, muitos ensinamentos e momentos de descontração com músicas, inclusive brasileiras, junto do trabalho árduo entre os treinos.

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