Saúde
Pandemia continua impulsionando demanda por atendimento psicológico
A pandemia do novo coronavírus contribuiu para o aumento na demanda por atendimentos psicológicos em todo o país. O isolamento social, o medo de ficar doente ou de perder algum parente tornaram as pessoas bastante ansiosas e, consequentemente, as levaram a procurar ajuda. O assunto se torna mais relevante, dentro do “Janeiro Branco”, campanha que busca chamar a atenção para a importância de cuidar da saúde mental.
Segundo a psicóloga Emily Mel, “houve um aumento significativo de pessoas com transtornos de ansiedade e depressão desde março de 2020. A pandemia exacerbou muito os medos reais que as pessoas têm, deixando até desproporcionais, gerando muita angústia e ansiedade e quadros até de Síndrome do Pânico. O que resultou na maior procura por atendimento”.
De acordo com o Conselho Regional de Psicologia – CRP/RN, no Rio Grande do Norte o aumento seguiu o cenário de 2020, quando surgiram os primeiros casos de covid-19 no Brasil e se deu, principalmente, na busca por atendimentos de forma online.
“Percebemos que durante a pandemia, houve um aumento das solicitações de cadastro na plataforma e-Psi, que é a plataforma onde os profissionais precisam se cadastrar, para realizar o atendimento online. Antes da pandemia, até fevereiro de 2020, apenas 2% dos profissionais do estado estavam cadastrados na plataforma. Em março de 2020, a demanda aumentou para 20% dos inscritos. Com uma média de 60 cadastros/mês, até setembro de 2021, o CRP-RN registrou que dos pouco mais de 5 mil profissionais ativos, 46% já estavam cadastrados na plataforma. Portanto, habilitados para realizar o atendimento psicológico online”, explicou Alysson Zenildo Costa Alves, Psicólogo e orientador fiscal do CRP-RN.
Para Emily Mel, a forma de atendimento online se tornou uma nova realidade e um desafio para muitos psicólogos. Porém, o próprio conselho também se ajustou a essa nova forma, com legislações que orientam a prática de forma ética. Isso garantiu que muitas pessoas pudessem ter acesso à psicoterapia e ao cuidado da saúde mental de forma segura e podendo manter assim, as regras de biossegurança exigidas pela pandemia”.
Atendimento Social
Dentro do cenário da pandemia que intensificou as demandas que já eram altas, especialmente no campo da saúde pública, além do aumento de transtornos mentais, muitos sofreram grandes perdas econômicas. O que aumentou também a vulnerabilidade socioeconômica da população, situação que pode comprometer a saúde mental do indivíduo. Como forma de dar a oportunidade a essas pessoas que precisam de atendimento psicológico social, Gabriela Simabucuru e Eloah de Lima, ambas psicólogas, decidiram criar uma Plataforma de Psicologia Acessível.
Gabriela Simabucuru explica que “a proposta é facilitar o contato entre pessoas que procuram atendimentos sociais e psicólogos que fazem essa oferta. A intenção é diminuir o espaço entre a comunidade e profissionais de saúde, para que o cuidado seja ainda mais ampliado e acessível universalmente”.
As listas on-line não têm tamanhos definidos, estão sempre sendo atualizadas de acordo com a demanda e o funcionamento é bem simples.
“Simplificamos a experiência de contato entre o paciente e o psicólogo, a partir das informações que recebemos de ambos. De acordo com esses dados, encaminhamos o indivíduo para o terapeuta que melhor se encaixe conforme a necessidade, horários disponíveis, modalidade de atendimento de preferência e faixa de valores”, destacou Eloá de Lima.
As profissionais chamam ainda a atenção para o fato de que iniciativas como essa promovem a saúde, criam visibilidade e consequentemente contribuem para reflexões extremamente necessárias sobre alguns assuntos que normalmente são evitados, como a saúde mental, por exemplo. Dessa forma, acreditam que iniciativas voltadas à propagação da informação e melhoria do acesso ao cuidado mental, caminham na mesma direção.
Se você necessita de atendimento ou é psicólogo e deseja oferecer atendimentos sociais, basta acessar o site https://www.psi-ko.com/ e fazer o cadastro.