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Coluna de Finanças

Economizar dos 18 aos 30 pode garantir sua aposentadoria. Mas por quê quase ninguém faz isso?

Publicado

Por Rodrigo Azevedo de Carvalho

Imagine alcançar os 60 anos com a liberdade de escolher trabalhar apenas se quiser, e não por necessidade. Parece utópico? Não é. A verdade é que, com educação financeira e decisões estratégicas, quem começa a poupar e investir desde cedo — especialmente entre os 18 e os 30 anos — tem uma enorme vantagem na corrida pela independência financeira. O problema? Quase ninguém faz isso.

A juventude é, ironicamente, o melhor momento para pensar no longo prazo. Ainda sem filhos, sem dívidas significativas e com maior capacidade de adaptação, os jovens têm à disposição o ativo mais poderoso do universo financeiro: o tempo. E tempo, quando combinado com juros compostos, pode transformar pequenas quantias em grandes fortunas.

Mas em vez disso, o que vemos? Uma geração sufocada pela chamada “corrida dos ratos”, um ciclo vicioso de trabalhar, ganhar e gastar — muitas vezes, para manter uma imagem de sucesso que esconde um saldo bancário em constante aperto. Carros financiados, celulares de última geração, viagens parceladas e aluguel acima das possibilidades se tornam a norma. E tudo isso por uma razão silenciosa, mas poderosa: a necessidade de aceitação social.

Essa busca por validação, impulsionada pelas redes sociais, faz com que muitos jovens transformem consumo em identidade. O resultado é um orçamento estourado e a falsa sensação de que “todo mundo vive assim mesmo”. O problema é que, enquanto os boletos se acumulam, os anos passam — e o tempo, aquele mesmo aliado valioso, começa a se tornar escasso.

Pense no seguinte: alguém que começa a investir R$ 300 por mês aos 18 anos, com um rendimento médio de 10% ao ano, terá aproximadamente R$ 1 milhão aos 60 anos. Para alcançar o mesmo montante começando aos 30, seria necessário poupar mais que o dobro mensalmente. Isso sem falar no impacto da inflação e nos imprevistos da vida adulta, que só tendem a crescer.

A boa notícia é que nunca é tarde para começar, mas quanto mais cedo, melhor. A educação financeira na adolescência deveria ser tão valorizada quanto matemática ou português. Ensinar sobre orçamento, consumo consciente, investimentos e planejamento de vida é uma forma de empoderar jovens para que sejam protagonistas de seu futuro — e não reféns de um sistema que lucra com sua ignorância.

Economizar entre os 18 e os 30 não significa abrir mão da juventude, mas sim usá-la com sabedoria. Enquanto muitos gastam para parecer ricos, os financeiramente conscientes constroem riqueza de verdade — e colhem os frutos quando os outros ainda estão correndo atrás do prejuízo.

Conclusão? A liberdade financeira começa com escolhas simples, mas poderosas. E talvez, a mais importante delas seja: viver para si mesmo, e não para impressionar os outros.

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