Saúde
DIA DE PREVENÇÃO DA OBESIDADE: Especialistas alertam para os riscos da doença em crianças
Professores de Nutrição e de Educação Física da UnP também destacam prevenção e hábitos essenciais para a saúde infantil

A véspera do Dia das Crianças também chama atenção para um tema urgente de saúde pública: a obesidade. Neste sábado (11), são celebrados o Dia Nacional de Prevenção da Obesidade e o Dia Mundial da Obesidade — datas que reforçam a importância de combater a doença, considerada um dos maiores desafios do século. De acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), uma em cada cinco crianças e adolescentes no mundo está acima do peso, o que representa cerca de 391 milhões de jovens. Desses, aproximadamente 188 milhões já vivem com obesidade. Pela primeira vez na história, o excesso de peso supera a desnutrição como a principal forma de má nutrição infantil.
Especialistas destacam como hábitos saudáveis na família podem contribuir para a redução dos riscos da obesidade na infância. Segundo a nutricionista Mayara Martins, professora da Universidade Potiguar (UnP), integrante do maior e mais inovador ecossistema de qualidade do Brasil: o Ecossistema Ânima, a obesidade infantil não tem uma única causa, mas está relacionada a um conjunto de fatores.
“Os principais fatores relacionados à obesidade infantil incluem o consumo excessivo de ultraprocessados, como refrigerantes, salgadinhos, doces e fast food; a redução da ingestão de frutas, legumes e alimentos frescos; o sedentarismo, marcado pelo tempo prolongado em frente a telas; a rotina acelerada das famílias, que favorece o uso de comidas prontas; além da predisposição genética”, explica.
A docente também orienta para os sinais de alerta que podem indicar risco para o desenvolvimento da obesidade. “O ganho de peso acelerado em relação à idade e altura, pouca disposição para atividades físicas, cansaço em tarefas simples, além de baixa autoestima ou isolamento social devido à imagem corporal. A recomendação é priorizar frutas, vegetais, cereais integrais, leguminosas, proteínas magras, laticínios e água, além de evitar ao máximo alimentos ultraprocessados. Na lancheira da escola, elaborar lanches lúdicos e divertidos também auxilia no processo”, destaca Mayara Martins.
Atividade física na infância
Além da alimentação, a atividade física desempenha um papel decisivo na prevenção e no combate à obesidade infantil. O profissional de educação física e professor da UnP, André Matos, reforça os múltiplos benefícios dos exercícios na infância.
“Através do exercício físico, as crianças vão ter um gasto energético maior, o que, associado a uma alimentação adequada, auxilia no processo do emagrecimento, além de contribuir com uma melhora metabólica, com aumento da sensibilidade à insulina, o que ajuda no controle sérico de glicose, no perfil lipídico e preserva a massa muscular da criança”, diz o professor.
Ainda segundo Matos, a prática regular melhora os padrões de sono e regula o apetite das crianças. “A criança ainda vai ter melhora na coordenação motora e comportamental, pois crianças com boa coordenação motora tendem a ser adultos mais ativos. Por volta dos 6 anos, as crianças já estão prontas para receber instruções simples, de forma lúdica, tomando cuidado, pois nessa fase o foco deve ser a brincadeira e não a prática especializada das modalidades esportivas”, reforça.
As recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) também reforçam essa importância. A orientação é de, pelo menos, 60 minutos diários de atividade moderada ou vigorosa ao longo da semana para crianças entre 5 e 17 anos. Já no caso dos menores de 5 anos, a recomendação é de 180 minutos por dia de atividades variadas, sendo 60 deles de intensidade moderada ou vigorosa.
