Séries e Filmes
Crítica: Soul
Uma animação que não tem pretensão nenhuma de te explicar de onde viemos e para onde vamos – mesmo se passando nesses polos da vida – é a melhor obra do século.
Qualquer obra que consiga te levar a uma reflexão sobre a sua vida e te impulsione a tomar certos caminhos merece ser considerada a melhor obra. No entanto, neste caso, Soul é uma animação que sem aviso te joga no mais profundo questionamento sobre nós mesmos: o que você quer, já tens.
Obviamente, o diálogo entre Dorothea Williams e Joe Gardner sobre a metáfora do oceano é o principal destaque deste longa. Mas uma cena que durou segundos e veio antes deste momento já dava uma pista do que viria.
O momento em que a 22 percebe porquê a vida na Terra é tão boa é quando ela percebe algumas folhas caindo de uma árvore.
A busca pela felicidade que as realizações nos aparentam são tão hipotéticas que esperar o dia em que ela finalmente chega é impossível. Soul te prova isso. E sim, vamos destacar a metáfora do oceano.
Durante a vida nós buscamos aquela sensação de felicidade infinita. Mas a felicidade dura um instante. Pensamos em como alcançar essa felicidade plena, dedicamos nossa vida inteira a isto e…
Soul é uma animação sobre isso. Logicamente, porque seria quase impossível descrever essa sensação tão bem (e ilustrar o pré e pós-vida).
O que eu posso deixar de reclamação é que o filme rápido acaba assim como a felicidade que demos o play. Queremos mais. Queremos que se explore mais do pré-vida, queremos algo do pós, queremos saber se Joe mostrará como atingir seu propósito, queremos saber como é a 22 na Terra… seu nome, rosto, família.
Talvez seja proposital – eu duvido. O objetivo do filme é alcançado. Te deixa querendo mais. E qualquer filme que consiga mudar a sua forma de ver a vida merece nota 5.