Cultura
Coletivo CIDA estreia novo trabalho no Festival Funarte Acessibilidança
O Coletivo CIDA (RN), formado por artistas emergentes, pluriétnicos, com e sem deficiências, estreia oficialmente seu novo trabalho Corpos Turvos no Festival Funarte Acessibilidança no dia 22 de julho. A exibição acontece em formato online às 20h de forma gratuita através do canal da Funarte no Youtube.
Fundado por Arthur Moura, René Loui e Rozeane Oliveira, artistas e produtores que têm em seu histórico na dança o trabalho em outros núcleos com perspectiva similar, o CIDA se destaca no cenário cultural norte-rio-grandense por sua produção experimental e inclusiva.
Corpos Turvos teve pesquisa iniciada no ano de 2019, a partir da residência artística na Odisha Biennale, na Índia. A obra inicialmente pensada como um espetáculo solo para os formatos presenciais, agora, a partir de outra residência artística virtual entre René Loui e Jussara Belchior (SC), dois pesquisadores das diferenças na dança, se concretiza como obra audiovisual de dança desenvolvida colaborativamente entre o Coletivo CIDA, a Ilha Deserta Filmes e a Astromar Filmes.
“A apresentação de Corpos Turvos no Festival Funarte Acessibilidançal para nós é sinônimo de reconhecimento, de trabalho bem feito. Estamos mais uma vez, em meio a grandes artistas pensadores da dança que relacionam as diferenças em seu modo de fazer, profissionais que sem dúvida foram em algum momento referências para nossos percursos para com a dança e a acessibilidade. E não para por aí! Tivemos outra grande premiação, o Edital Funarte Circulação das Artes – Edição Centro-Oeste! Sinto que nossa dança alça novos e mais desafiadores voos. Nosso percurso enquanto coletivo tem se ampliado a cada nova realização”, comenta René Loui, um dos integrantes do Coletivo CIDA e coreógrafo de Corpos Turvos.
Produção pandêmica
Com concepção, direção coreográfica e artística de René Loui (MG/RN), interlocução dramatúrgica e coreográfica de Jussara Belchior (SC), direção de vídeo de Gustavo Guedes, direção de fotografia de Pedro Medeiros (Brasil/Tailândia), trilha sonora de Fabian Avilla Elizalde (México) e participação sonora de Katharina Vogt (Alemanha), Corpos Turvos foi desenvolvido em meio à pandemia de Covid-19.
“O processo de Corpos Turvos com o René foi uma surpresa muito boa para mim. Eu não conhecia o trabalho dele e do Coletivo Cida, fiquei muito curiosa e ver todas as ações que eles desenvolvem me deixou muito feliz com o convite. Foi um desafio muito interessante atravessado pelos protocolos pandêmicos e levantando as questões que tomavam tanto a parte de pensar o movimento, quanto a parte da construção cênica”, comenta Jussara Belchior.
Uma dança para todos os corpos
Corpos Turvos foi pensado coreograficamente de modo a não excluir a pessoa com deficiência, contrariamente, se constrói a partir das possibilidades de cada corpo que dança. A obra problematiza pela linguagem da dança os padrões de invisibilização de corpos pretos, pobres, periféricos, soropositivos, corpos pertencentes da ampla comunidade LGBTQIAP+ e ainda corpos com alguma deficiência, é também uma urgência da sobrevivência, é um pedido por empatia, é um grito de socorro para que esses corpos deixem de ser números.
“Pensar nessa dança para todos os corpos é questionar a norma. Como artistas temos que inventar estratégias para quebrar os padrões de corpo, beleza e comportamento que são tão limitadores, tanto na dança, quanto no nosso cotidiano. Por mais que estejamos questionando um lugar nosso na dança e inventando e ocupando os lugares para quem não tem um corpo padrão, esse embate não é só para a arte, é realmente para organizar uma estrutura social excludente e opressora e criar outros possíveis”, analisa Jussara.
O trabalho traz como convidados os intérpretes: Ana Cláudia Viana, André Rosa, Jânia Santos, Marconi Araújo, Minotti Rodrigo, Omim D’Funfun, Pablo Vieira e Rozeane Oliveira.
Estreia presencial
Após a estreia oficial, o CIDA apresenta o novo trabalho em formato presencial dentro da programação de um dos maiores festivais de teatro do país, o Festival Nacional de Teatro Toni Cunha. A apresentação acontece no dia 29 de julho às 20h na cidade de Itajaí/SC.
“Durante a circulação de Corpos Turvos, apresentaremos uma nova versão do trabalho. Uma versão híbrida, que vai friccionar tudo o que vivemos até o momento, com relação às tecnologias, os distanciamentos, os protocolos pandêmicos e a acessibilidade comunicacional. Até pouco tempo atrás estávamos sem quaisquer perspectivas para o novo ano, agora porém, temos o nosso retorno para os palcos presenciais marcado e só tenho a agradecer a todos profissionais que estão conosco nessa empreitada”, aponta René Loui.
Ainda na programação do Festival, o Coletivo realiza no dia 30 de julho, uma ação formativa denominada Oficina De Acessibilidade e Inclusão Nas Artes Cênicas, que tem como princípio o compartilhamento de mecanismos de inclusão e acessibilidade utilizados pelo artista no âmbito do Coletivo CIDA. A atividade tem como princípio a capacitação técnica de monitores e professores da área artística que podem ter entre seus alunos, crianças e ou adolescentes com alguma deficiência.
Todas as informações sobre os lançamentos podem ser acompanhadas através dos canais de comunicação do COLETIVO CIDA. Acesse: www.coletivocida.com.br ou acompanhe o Coletivo no Instagram em: @coletivocidaSERVIÇO: COLETIVO CIDA ESTREIA CORPOS TURVOS
– 22 de julho às 20h: exibição do espetáculo CORPOS TURVOS. no Youtube da Funarte
Mais informações:
Site: www.coletivocida.com.br
Instagram: @coletivocida