Ciclos e Conquistas
Autoengano também é zona de conforto

“Tem coisas que a gente não repete por esperança. Repete por medo de encarar o que já sabe.”
Tem horas em que a vida não precisa gritar. Ela já falou.
A gente só não quer escutar.
E não é porque não entende — é porque entender de verdade obriga a agir.
A verdade é que tem muita gente vivendo numa espécie de bolha emocional: sabe o que está errado, sabe o que precisa mudar, mas prefere seguir dizendo pra si mesma que “ainda não é hora”.
(Ou que o Universo vai mandar mais um sinal, bem claro, escrito em neon e talvez acompanhado de uma voz celestial.)
Mas o problema do autoengano, meus amores, é que ele é confortável.
Parece esperança, mas é paralisia.
Parece paciência, mas é medo disfarçado.
A gente continua naquela relação que já virou repetição de dor, naquele trabalho que já secou por dentro, naquele hábito que sabota o próprio futuro.
E a desculpa muda de nome:
“É só uma fase.”
“Todo mundo passa por isso.”
“Eu só preciso de mais tempo.”
Será?
Na astrologia, Netuno é o planeta das ilusões. Ele nos faz enxergar o que queremos, não o que é. Mas também é o planeta da inspiração — e a inspiração só aparece quando temos coragem de encarar a verdade crua para transformá-la em criação.
E se o que você está chamando de “esperar o momento certo” for, na verdade, medo de dizer “acabou”?
Tem ciclo que não fecha porque você ainda está fingindo que ele não te machuca.
Tem projeto que não nasce porque você ainda diz que “não está pronta”, quando no fundo só está com medo de fracassar.
Tem relacionamento que só continua porque o silêncio parece mais fácil que o enfrentamento.
Mas deixa eu te contar: o preço do autoengano é alto.
Ele cobra em tempo, em saúde emocional, em brilho apagado.
Você sabe.
Você sente.
Você só não quer admitir… ainda.
Então, me diz:
Onde você está se enganando porque não tem certeza do que vem depois…
Mas já tem absoluta certeza de que não dá mais pra continuar como está?
Spoiler: a verdade liberta — mesmo quando ela chega sem anestesia.
