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Gastronomia

Alta do cacau faz confeitarias artesanais se reinventarem para a Páscoa

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Momento é oportuno para pequenos negócios ganharem destaque frente a grandes marcas; confeitaria em Natal aposta em produtos de ticket médio baixo para faturar

A Páscoa de 2025 chega em meio a uma escalada sem precedentes no preço do cacau: nos últimos 12 meses, o valor da matéria-prima essencial para o chocolate aumentou 189%, chegando a um pico de 282%, conforme aponta a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). E o mercado brasileiro já sentiu o reflexo  e encolheu a sua produção de ovos sazonais: de acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab), foram fabricadas 13 milhões de unidades a menos para 2025, uma queda de 22,4% em relação ao ano passado.

Com essa dificuldade, as confeitarias artesanais, que tem a data como seu pico de vendas, precisaram se adaptar para manter viva a tradição do chocolate e oferecer aos clientes opções viáveis e deliciosas para celebrar. É o caso da Canela – Pães, Bolos e Biscoitos, em Natal/RN, que adotou uma estratégia para manter o padrão de qualidade sem repassar integralmente os altos custos para o consumidor.

“Após analisar o mercado, vimos que essa seria uma Páscoa de itens menores – tanto em gramatura do ovo, quanto no ticket médio, então já elaboramos nosso cardápio levando em consideração opções que fossem viáveis para agradar o bolso e o paladar do cliente”, comenta Matheus Grillo, sócio da empresa.

Menos cacau, mais criatividade

Em 2023, uma tonelada de cacau custava US$ 2 mil; agora, os preços atingem picos de US$ 12 mil. O principal motivo para valores exorbitantes são a crise climática que afetou a África Ocidental, que é responsável por 70% da produção mundial, com períodos de chuvas e secas intensas. Somado a isso, a disseminação de um fungo Vascular Streak Dieback devastou plantações na Costa do Marfim e em Gana, dois dos maiores produtores globais.

Neste cenário, uma das apostas da pequena confeitaria para driblar a alta do cacau foi optar por ovos menores, com cascas mais finas e recheios que valorizam sabores complementares ao chocolate. “Optamos por recheios como beijinho, maracujá e doce de leite, que trazem variedade ao cardápio sem depender exclusivamente do chocolate. Dessa forma, conseguimos equilibrar os custos e manter a qualidade dos produtos para o nosso cliente”, explica Érika Oliveira, também sócia da Canela.

Além da adaptação dos ovos de Páscoa, a Canela investiu em itens de ticket médio mais acessível, como trufas e barras. Segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), esses produtos registraram um aumento de 16,5% nos supermercados nos últimos 12 meses, a maior alta anual desde 2020.

“Os clientes sempre buscam alternativas mais econômicas e vantajosas, seja para presentear ou para consumo próprio. Então, criamos uma linha especial de trufas e barras recheadas, que agregam ainda mais à sobremesa de Páscoa diante dos produtos oferecidos pelas grandes marcas, porque trazem um custo-benefício melhor e a experiência mais saborosa, do produto artesanal que sempre foram nosso diferencial”, complementa Érika Oliveira.

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