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Esporte

A valorização do deficiente no esporte

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Como os deficientes auditivos podem ser incluídos dentro do esporte e a história de atletas que fizeram sucesso

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Na imagem: Jane de Freitas Silva, nadadora surda. Imagem: Nina Quintana/Agência Brasília

21 de setembro é comemorado o dia nacional da luta da pessoa com deficiência. E como homenagem, vamos falar da história de atletas que superaram essa barreira e mostraram ao mundo que nada é impossível e que batalhando se conquista muita coisa.

Atletas surdos ou que apresentam algum tipo de surdez (sim, a surdez é um campo diversificado), dos mais diferentes países do mundo são exemplos de superação e no Brasil, por mais que aos poucos se avance no campo da inclusão social das pessoas surdas, ainda há muito trabalho a ser feito.

Um exemplo a ser seguido nesse campo é o de outros países, dentre eles, o dos Estados Unidos, que tem programas de inclusão já aplicados.

Esse exemplo de inclusão faz com que esses países ocupem posições de liderança em comparação a outros, pois além disso, abordam temas de grande importância para pessoas surdas e também para aquelas que desejam construir uma sociedade mais inclusiva, dando mais oportunidades para todos.

Para Matt Hammill, a prática de esportes nunca foi um empecilho e ele provou isso na modalidade em que praticou, o MMA. O estadunidense iniciou carreira na luta greco-romana e acabou por ser três vezes campeão da divisão universitária dos Estados Unidos, sendo o primeiro surdo a alcançar tal feito. Além disso, foi medalhista de prata na Surdolimpíada de 2001 e acabou por ingressar no MMA em 2005.

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Imagem: MMA Junkie

A história de superação da vida de Hammill cativou muitas pessoas e ele foi beneficiado com a produção de um filme, que por sinal foi premiado em diversos festivais mundo afora.

Há ainda muitos outros casos de superação pelo mundo com pessoas que conseguem se destacar e alcançar o sucesso apesar das adversidades. É o caso do nadador Marcus Titus, que conquistou a medalha de bronze no Pan-Americano de Guadalajara, no México, em 2011, sua primeira competição em âmbito internacional.

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Imagem: portal swimswam.com

Titus é norte-americano e nasceu surdo. Devido a surdez, as competições adaptaram um sinal visual para o nadador poder largar, ao mesmo tempo que os outros atletas ouvem um tiro na largada.

“Os prejuízos causados pela deficiência auditiva dependem muito da idade em que a mesma foi instalada, sua intensidade e causa. Quando a criança nasce com a deficiência auditiva ou a mesma acontece nos primeiros anos de vida, o impacto costuma ser maior já que repercute no desenvolvimento da fala e linguagem. Apesar das dificuldades, é possível que os deficientes auditivos levem uma vida normal. Para aumentar as chances de um bom desenvolvimento é importante a realização do diagnóstico precoce e do trabalho terapêutico para desenvolvimento da fala e da linguagem, bem como de possibilidades alternativas de comunicação” — Maria do Carmo Branco, fonoaudióloga.

Os atletas surdos de maior destaque normalmente são dos Estados Unidos e o principal motivo é que o país investe bem em seus atletas.

Tamika Catchings é outro exemplo disso. A jogadora de basquete estadunidense de 41 anos, que ainda está em atividade, é uma atleta bastante premiada, sendo medalhista de ouro nas Olimpíadas de Atenas (2004), de Pequim (2008), de Londres (2012) e na do Rio de Janeiro (2016), além do ouro no Mundial de Basquete da China em 2002 e no da República Checa em 2010.

Atualmente, Tamika joga no Indiana Fever e é uma atleta bastante admirada em solo norte-americano.

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Imagem: Garrett W. Ellwood/NBAE/Getty Images

Tamika já apresentava deficiência auditiva desde seu nascimento, em ambos os ouvidos, também apresentando problemas na fala durante sua infância. Na escola, ela sofria bullying devido à surdez e, em um ataque de raiva, ela atirou longe os aparelhos auditivos, sendo castigada pelos pais sem a compra de novos.

Na faculdade, Tamika começou a jogar basquete e foi treinada por Pat Summit, fundamental na vida da atleta quando a convenceu sobre a importância do uso dos aparelhos auditivos e também de acompanhamento fonoaudiológico para ajudar nos problemas relacionados à fala. O esforço e dedicação das duas fizeram total diferença e Tamika realizou seu sonho de ser uma grande jogadora.

Outro atleta norte-americano de destaque é David Smith, que, desde seu nascimento já apresentava por volta de 90% de perda auditiva. Devido a sua surdez profunda, ele passou a usar aparelho desde os 3 anos de idade e começou se comunicando também via leitura labial.

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Imagem: Giuliano Gomes/Gazeta Press

David é jogador de Vôlei e conquistou a medalha de bronze nas Olimpíadas do Rio de Janeiro em 2016 e no Mundial de Voleibol Masculino na Itália e na Bulgária em 2018, além da medalha de ouro na Copa do Mundo de Voleibol Masculino do Japão em 2015. Outra coisa que vale destacar sobre Smith é que ele se tornou o primeiro atleta surdo a ser capitão de uma seleção.

Por fim, vamos falar da atleta neozelandeza Amanda Cameron. A ciclista paralímpica nasceu com perda auditiva grave em ambos os ouvidos e, com o passar do tempo, foi diagnosticada com uma doença chamada Síndrome de Usher tipo 1. Amanda também tem comprometimento na visão, conseguindo enxergar apenas 20 graus e com baixíssima visão periférica.

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Imagem: portal cochlear-stories.cochlear.com

Apesar das duas limitações, a atleta faz parte da equipe paralímpica de Ciclismo da Nova Zelândia e integra a categoria dos deficientes visuais que pedalam em duplas.

Podemos ver que, quanto mais um país investe em ações de inclusão, somando isso no que diz respeito aos esportes, as pessoas que apresentam algum tipo de deficiência, seja ela surdez ou não, terão melhores condições de se desenvolver e se superar, ampliando o convívio social e também tendo chances de representar seu país na modalidade praticada, além de ser um exemplo de inclusão para outras pessoas na mesma condição.

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