Saúde
Outubro Rosa: autoexame é crucial para aumentar chances de cura do câncer de mama
Diagnóstico precoce aumenta perspectivas de sucesso no tratamento; especialista informa sobre frequência de exames e fatores de risco
Um teste simples, indolor e gratuito pode ser o diferencial entre casos graves e boas perspectivas de tratamento e cura para o câncer de mama. Nesse mês de Outubro, a sociedade e instituições se vestem de rosa para lembrar a importância de fazer exames periódicos na prevenção e luta contra a doença.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), a estimativa de novos registros gira em torno de 66.280 casos em 2021, e o autoexame feito em casa, com a palpação da mama conduzida pela própria mulher, é o mais forte aliado para um diagnóstico precoce, que aumenta consideravelmente a possibilidade de tratamentos menos agressivos e com maiores taxas de sucesso.
“Em quadros avançados, costuma ser necessária a intervenção cirúrgica, com a retirada de um quadrante mamário, da região axilar ou a retirada total da mama de forma unilateral ou bilateral. E por isso é tão importante a conscientização sobre diagnóstico precoce, com auxílio do autoexame mensalmente em domicílio e anualmente na clínica, além da realização da mamografia de acordo com as recomendações por faixa de idade”, explica a professora do curso de Enfermagem da Estácio, Talita Adriano, responsável pela disciplina de Saúde da Mulher.
A especialista orienta que, a partir dos 20 anos, as mulheres toquem regularmente toda a mama em movimentos circulares desde a região da aréola até a região axilar, que também pode desenvolver nódulos benignos ou malignos. “É recomendado que se faça isso no banho, com sabonete para que o movimento seja mais fácil, sete dias após o fim do ciclo menstrual, porque nesse período pode haver alguma glândula aumentada, coisa comum para o período, mas que pode causar algum engano”, esclarece.
A mulher que conhece bem o próprio corpo pode identificar mudanças mais rapidamente que algum profissional da saúde e por isso, Talita aconselha que, além dos nódulos, todas estejam atentas também para mudanças no aspecto da pele, em textura ou vermelhidão, para a retração do mamilo e a saída de secreção, unida ou não de dor no local.
Fatores de risco
A idade é um dos mais importantes fatores de risco para o câncer de mama: cerca de quatro em cada cinco casos ocorrem após os 50 anos, segundo dados do Inca. Mulheres que nunca tiveram filhos, que menstruaram muito cedo, tiveram a menopausa tardia ou que têm histórico familiar da doença também têm maiores chances de desenvolver a doença, assim como aquelas que passam por alta exposição à radioterapia, como as que trabalham com radiologia.
A orientação do Ministério da Saúde é de que mulheres de 40 a 49 anos façam o exame clínico anualmente, e caso haja alguma alteração, busquem a mamografia. Para mulheres de 50 a 69 anos, é indicado o exame clínico anual e a mamografia a cada dois anos. Para as que possuem muitos fatores de risco associados, a partir de 35 anos de idade também é recomendada a mamografia anualmente.
A profissional lembra que os homens também podem ter a doença. “Para cada 100 mulheres diagnosticadas com câncer de mama, existe um homem atingido pela doença. Esses casos são diagnosticados a partir de sinais específicos, porque o homem tem o tecido mamário menor do que a mulher, então um nódulo vai ficar mais fácil de identificar visualmente. Mas os fatores de risco acontecem da mesma forma, incluindo também obesidade, o tabagismo e o histórico de casos de homens na família com câncer de mama como agravantes”, diz Talita.