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Educação

Estresse infantil no retorno às aulas presenciais: psicóloga dá orientações sobre como controlar

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Pais e os educadores são os principais responsáveis para o auxílio às crianças a ressignificarem esse momento de forma positiva

Foto: Pexels

Gradualmente, as escolas estão planejando o retorno das aulas presenciais. De um modo geral, as instituições estão seguindo um rígido protocolo de segurança sanitária, que inclui a higienização das mãos com álcool gel, distanciamento entre alunos e professores, controle do contato pessoal, entre outras medidas. É preciso ter bastante cuidado e atenção com as crianças neste novo momento, pois estes novos hábitos podem trazer uma situação de estresse e ansiedade para elas.

“Nós estamos passando por um momento de adaptação, e todos os indivíduos estão propensos a refletir essas transformações por meio das manifestações emocionais e com as crianças não seria diferente”, frisa Maria Mabel, professora do curso de Psicologia da Estácio. Segundo a profissional, esta fase pode ser um exemplo das influências normativas do desenvolvimento humano, o qual está sendo regulado pela história, e a forma como lidamos é que vai nos dizer se teremos mais aspectos positivos ou negativos relacionados a esse acontecimento. 

Neste contexto, a especialista esclarece, os pais e os educadores são os principais responsáveis para o auxílio às crianças a ressignificarem esse momento de forma positiva. “O primeiro aspecto que devemos pensar é: em qual fase do desenvolvimento essa criança está inserida? Quais aspectos ela consegue compreender com mais facilidade a partir do seu desenvolvimento cognitivo? Dependendo dessas respostas podemos pensar em estratégias que beneficiem melhor cada criança em sua fase de desenvolvimento – primeira infância, segunda infância e terceira infância”, detalha a psicóloga. 

Para Mabel, o primeiro passo é conscientizar a criança sobre esse contexto atual, enfatizando a importância sobre a manutenção do distanciamento social e o uso obrigatório de máscara. “Para as crianças menores, com até sete anos, é necessário que essa psicoeducação seja realizada com vocabulário acessível à linguagem dela e com exemplos concretos, pois elas ainda não apresentam o desenvolvimento cognitivo suficiente para entender temas e situações que não consigam visualizar. Já para as crianças maiores, a partir de oito anos, a orientação pode ser com uma linguagem um pouco mais elaborada, pois nessa a fase elas já conseguem utilizar o raciocínio e a lógica de forma elementar”, explica.

Outro ponto importante, segundo a psicóloga, é promover formas que as crianças interajam entre elas, mesmo respeitando as regras de distanciamento social. “Uma sugestão é criar um código para representar o abraço, por exemplo, visto que o gesto não pode acontecer de fato, e assim, as crianças conseguirão se sentir acolhidas e abraçadas pelos coleguinhas mesmo distantes”, orienta. 

Além disso, os professores podem praticar momentos de relaxamento, onde as crianças se sintam bem naquele ambiente e, assim, diminuirão sintomas de estresse e ansiedade que podem ocorrer. “Para os pais, recomendamos que sempre estejam presentes nesse processo de volta às aulas, perguntando ao filho como foi seu dia na escola, se se sentiu bem ou se teve medo por não estar no seu ambiente familiar, se se sente seguro pra de ir novamente. É importante fazer com que as crianças expressem suas emoções e se sintam integrantes do seu processo de desenvolvimento, isso irá ajudá-las a construir autonomia e diminuir os sintomas relacionados à ansiedade e estresse”, destaca. 

A psicóloga frisa ainda que as crianças menores nem sempre conseguem expressar seus sentimentos e pensamentos através da linguagem verbal, então é importante que os pais prestem atenção em seus comportamentos e brincadeiras, onde elas podem expressar suas emoções mais facilmente. “No mais, se os pais e professores perceberem que as crianças não estão conseguindo ressignificar os novos acontecimentos de forma positiva, é importante procurar a ajuda de um profissional de Psicologia para orientá-los a realizar intervenções com a criança, se houver necessidade”, ressalta.

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