Trabalho
Pesquisa aponta que RH’s estão focando na saúde e manutenção dos postos de trabalho
O mundo corporativo tem vivido um constante clima de tensão com a pandemia: primeiro foi o caminho para o home office; depois, o retorno parcial das atividades, cheio de protocolos a serem seguidos; e agora, a expectativa de uma nova onda da Covid-19, acompanhada da incerteza de como será o próximo cenário. Tudo isso tem impactado diretamente na saúde emocional dos colaboradores e, consequentemente, na produtividade. Diante de todas essas questões, o setor de Recursos Humanos (RH) tem sido sido desafiado permanentemente para encontrar estratégias e manter o equilíbrio de suas equipes.
A Wisnet Consulting, empresa de consultoria de desenvolvimento humano, apontou que 68% dos RH’s priorizam, neste momento, ações voltadas ao cuidado com a saúde dos colaboradores e a manutenção dos empregos. É o que também comprova a gerente do Departamento de Gestão e Gente da Rui Cadete Consultores, Ana Cláudia Medeiros. Ela conta que divide com outros colegas ideias e estratégias, para que possam, juntos, encontrar as melhores alternativas em cada fase vivida com a pandemia.
No período do home office, por exemplo, Ana Cláudia relembra que “as ações foram focadas na adequação da rotina de trabalho no ambiente doméstico, para que os setores continuassem realizando as mesmas entregas e resultados, mesmo com o isolamento. Também nos empenhamos em manter os empregos e saúde dos colaboradores, atentos ao bem estar e ao equilíbrio da saúde mental”, aponta.
A colaboradora Lana Cirne, assistente contábil da Rui Cadete, que entrou na empresa pouco antes da pandemia, relembra o choque que foi já começar enfrentando uma crise sem precedentes, e destaca o apoio do Departamento de Gestão e Gente: “desde o início eu fiquei impressionada com todo o cuidado que recebemos. É um setor que foca na parte humana. São coisas simples que fazem o diferencial. Escritórios de contabilidade trabalham sob pressão: são muito prazos e entregas e, na correria, a gente acaba não se relacionando com os colegas, o GG faz isso, integra a gente”, afirma.
Com o retorno presencial, as equipes precisaram conviver em um ambiente de trabalho reformulado: distanciamento dos postos de trabalho, uso obrigatório de máscaras o tempo todo, uso de álcool em gel constantemente e nada de contato físico como antes. Uma situação que também gera tensão e que pode refletir na produtividade. Mais uma vez, entra em cena o setor de Gestão de Gente para prestar o apoio necessário: conversar particularmente com os mais afetados emocionalmente, orientar gestores dos setores para o bom andamento das equipes e, especialmente, desenvolver ações para manter os colaboradores em equilíbrio.
Uma situação que se repete entre as empresas de um modo geral, como aponta o estudo RH’s em Rede: Perguntas para Esse Tempo demonstrou que 62% dos gestores criaram opções para cuidar de pessoas mais vulneráveis e 61% acreditam ser prioridade posicionar-se de forma generosa com os colaboradores.
Com isso, de acordo com Ana Cláudia, cada dia é de muito aprendizado e troca de ideias, visando garantir o bom desempenho dos colaboradores e realizar atividades que transformem esse novo ambiente de trabalho em um lugar de possibilidades e acolhimento: “estamos desenvolvendo ações motivacionais, como momentos de troca de recados entre os colaboradores sobre gentileza e gratidão, confraternização e acolhimento aos novos colaboradores com cafés da manhã, boas vindas com os kit’s de proteção individual, além da comemoração de cada nova conquista”, explica a gerente.
E sobre o risco de uma nova onda e um possível retorno de toda a equipe ao home office? A especialista responde que também tem conversado sobre essa possibilidade com os colaboradores. “Em um momento de tantas incertezas, não temos as respostas para tudo. Nós, que trabalhamos com RH, temos também aprendido muito com todas essas experiências e isso também precisa estar claro para as equipes. Estamos juntos no mesmo barco, nos tornando mais resilientes e mais humanos. E, a cada mudança, nos tornamos mais unidos para enfrentarmos os desafios que se apresentarem”, aponta.