Séries e Filmes
Dicaflix para maratona: Sweet Magnolias
A trama simples e narrativa leve dão prazer ao longo da maratona
Aos adolescentes dos anos 2000 que assistiam os canais à cabo como Nickelodeon, podem ficar felizes com o retorno de uma atriz às telas: Jamie Lynn Spears. Essa foi uma bela surpresa que tive ao assistir Sweet Magnolias, produção original da Netflix que estreou há algumas semanas.
Conversando muito bem com o visual também encontrado em Anne with an E, a série me trouxe paz no caos do isolamento social. A história traz três amigas de longa data que possuem um sonho: ter o próprio spa. O local escolhido para contar essa história é a pequena Serenity, na Carolina do Sul, o que para amantes de séries como Gilmore Girls é uma ótima notícia.
A trama simples e narrativa leve dão prazer ao longo da maratona, mas super pode ser uma série que você assiste antes de dormir.
A história é baseada nos livros da coleção de mesmo nome, Sweet Magnolias, de Sherryl Woods. Logo de cara conhecemos Maddie Townsend, que está sofrendo um divórcio complicado onde seu marido a “troca” por uma mulher mais nova que ficou grávida. Nesse contexto social que estamos vivendo é automático esperar por personagens negros que não usem como narrativa o preconceito. Bem, conhecemos uma advogada bem sucedida e negra, Helen, uma mulher que se dedicou muito tempo à carreira e não construiu uma família. A terceira amiga, Dana Sue, é chefe de um restaurante. A melhor parte da série são os encontros das três para as margaritas.
As cenas que envolvem religião foram as que mais me surpreenderam, principalmente pelos bons conselhos dados em todos os momentos em que a pastora aparece. Mas em momento algum é falado de histórias bíblicas, mas bons conselhos (o que eu sinto falta na vida real). Assim como não ter personagens ruins, mesmo os que você jura não gostar se provam seres humanos. Por isso, a série se torna leve: os personagens são tão reais, é possível imaginá-los perto de você, que é como se estivesse na história.
A premissa da série é entregue toda no piloto. Você sabe exatamente o que vai acontecer, mas não sabe como. Os conflitos que surgem podem não ser tão previsíveis ao mesmo tempo em que as cores usadas são colocadas justamente para causar conforto. A estética é cheia de flores, de pinturas, tons de rosa e azul pastel aparecem com frequência nas roupas, paredes e fotografia (a filha de Dana Sue é fotógrafa).
As relações maternas são um ponto crucial na narrativa das três amigas. Enquanto duas possuem problemas com os filhos, Helen procura construir a sua família enquanto ainda há tempo para engravidar.
Como disse, a quantidade de atores pretos na série me conforta em todos os momentos que aparecem e não usam cor, racismo ou dificuldades sociais como arma para a narrativa. São histórias retratadas, apenas. Seja como subchefe, como advogada ou como clientes para a pousada, você não pensa nesses detalhes enquanto aprecia a série.
Espero que se envolvam como eu, assim esperamos uma segunda temporada. Caso contrário, já estou buscando os livros no cebo mais perto de casa (ou clique… ai ai isolamento social).