Opinião
Dançamos
Era uma noite de domingo.
A rua chile estava mais movimentada do que o normal. Pessoas passando pra lá e pra cá, e, no meio disso, começamos a nos beijar.
Ao fundo tocava DuSouto.
A música naquele momento era conecta.
E foi justamente o que aconteceu entre os nossos beijos: conexão.
Em uma mão, eu segurava uma latinha de Itaipava bem gelada, na outra, a sua mão.
Era combinação quase perfeita.
Mesmo tímidos, dançamos.
Naquele instante, nada mais importava.
E apesar dos seus passos meio desajeitados, dançaria com ele a qualquer hora e em qualquer lugar – eu já estava completamente envolvida em sua dança.
Por um momento, até conseguiria responder o que a música “aonde está meu outro par da sandália havaiana” perguntava naquele minuto.
Eu tinha encontrado o meu outro par. ele estava bem na minha frente.
E a cada música, mais os nossos corpos entravam em sintonia.
E os olhares e os sorrisos também. queríamos mais, muito mais, mas igual como o show acabou, a nossa dança também. E aquela foi a última vez que dançamos daquele jeito.
confesso que, às vezes, quando ouço DuSouto, ainda relembro daquela noite, mesmo depois de anos, com a esperança de reencontrá-lo e dançarmos de novo.
— estou ouvindo DuSouto agora