Ciclos e Conquistas
O que sobra também salva

“Às vezes, o que ainda resta é silencioso demais pra chamar atenção. Mas é ali — nos vínculos que permaneceram, nos recursos que sobraram, nos aprendizados escondidos — que a vida mostra que ainda existe chão pra continuar.”
Você já reparou como a vida tem uma mania irritante de nos deixar de mãos vazias justo quando a gente estava com mil planos?
É como se o Universo dissesse: “Olha, não vai rolar agora… mas toma aqui esse aprendizado, esse amigo fiel, esse restinho de coragem — vê o que dá pra fazer com isso.”
A verdade, meus amores, é que a ausência grita. Mas o que sobra, sussurra.
E como somos seres meio apressados e dramáticos por natureza, a gente tende a escutar o grito antes do sussurro.
Ficamos presos no que faltou, no que acabou, no que não deu certo…
E esquecemos de olhar pro que ficou em pé — ainda que todo torto ou remendado com fita crepe.
Às vezes, o que sobra é exatamente o que basta.
Pode não ser glamouroso, mas é funcional.
Pode não render foto bonita, mas rende continuidade.
Sabe aquela amiga que ficou quando todas sumiram? O trabalho que não é o dos sonhos, mas pagou os boletos e ainda sobrou pra um café? O dia em que você achou que não ia levantar da cama — e levantou mesmo assim? Pois é. Tudo isso conta. E muito!
Na astrologia, a Lua fala daquilo que nutre, mesmo quando ninguém vê. Ela oscila, muda de fase, desaparece… mas sempre volta. E nós também. No nosso ritmo, com nossas falhas, mas voltamos.
O que sobra pode não impressionar, mas é o que sustenta.
E mais: às vezes o que sobra é só você, a pessoa, com você mesma — e, sinceramente, tem dias que isso já é multidão suficiente.
E se, ao invés de listar o que falta…
você fizesse um inventário carinhoso do que sobrou?
Spoiler: Nem todo fim é Saturno cobrando. Às vezes, é só a vida te reorganizando — com amor, fita adesiva e alguma ironia cósmica.
