“Transfeminismo e decolonialidade” é tema de debate em projeto do Decom/UFRN

Ação de extensão “Encontros dialógicos decoloniais: vidas e vozes que importam” visa contribuir com o processo de enfrentamento das desigualdades e discriminações históricas contra as mulheres, agravadas pelo atual cenário da pandemia da Covid-19

Na próxima quarta-feira (31/03), das 10h às 12h, será realizado o quarto encontro do projeto “Encontros Dialógicos Decoloniais: vidas e vozes que importam”, com o tema “Transfeminismo e decolonialidade”. As integrantes da mesa são: Bia Crispim de Almeida, professora, doutoranda em Literatura Comparada na área das Poéticas da Modernidade (PPGEL/UFRN), escritora/poeta, colunista semanal do jornal Potiguar Notícias, transfeminista e feminista, vinculada aos grupos ATREVIDA/RN e Mulheres do Seridó; Caia Coelho, que é integrante da diretoria da Nova Associação de Travestis e Transexuais de Pernambuco (Natrape), transfeminista, fundadora do site TransAdvocate Brasil e pesquisadora;  e Talitta Cancio, ativista bissexual e estudante de Comunicação Social (Decom/UFRN). Pesquisa sobre representação bi em telenovelas e integra a Frente Bissexual Brasileira e é criadora da página Bi na Mídia (@binamidia).

O link de acesso ao Google Meet será divulgado exclusivamente para os inscritos por e-mail. As inscrições devem ser realizadas pelo portal do Sigaa:

https://sigaa.ufrn.br/sigaa/link/public/extensao/visualizacaoAcaoExtensao/91817567.

O objetivo do projeto é contribuir com o processo de enfrentamento das desigualdades e discriminações históricas contra as mulheres, agravadas pelo atual cenário da pandemia da Covid-19, grupos de pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) reuniram esforços para oferecer à comunidade acadêmica e ao público em geral o ciclo de debates sobre feminismos e decolonialidades, dentro dos Encontros Dialógicos Decoloniais: Vidas e Vozes que Importam. Os eventos, que serão realizados virtualmente na plataforma Google Meet, acontecerão todas as quartas-feiras dos meses de março e abril e pretendem promover diálogos com mulheres negras, trans, indígenas, com deficiência, entre outras diversidades, a fim de motivar trocas entre saberes, lutas, resistências, desafios, conquistas e utopias.

As/Os idealizadoras/es e organizadoras/es do evento são professoras/es e alunas/os vinculados aos grupos de pesquisa Amaru – Observatório Latino-Americano de Comunicação, Mídias e Direitos Humanos, projeto de pesquisa do Ecomsul – Epistemologias e Práticas Transformadoras em Comunicação, Mídias e Cultura; DesCom – Epistemologias Subalternas, Epistemologias Não Essencialistas e Comunicação; e CONNAU – Convergência e Narrativas Audiovisuais, com o apoio do Departamento de Comunicação Social da UFRN. A escolha do tema central – feminismos e decolonialidades – se deu pelo agravamento das violações dos direitos humanos das mulheres no continente americano.

“A pandemia expôs, como nunca, a ferida colonial das discriminações e das desigualdades de gênero, étnico-raciais, de classe e sexo, em todas as dimensões dos direitos humanos, civis, políticas, econômicas, sociais, culturais, ambientais, sexuais e comunicacionais”, ressalta o documento oficial do projeto.

Para a professora Lívia Cirne, “o evento, no mês da mulher, oportuniza discutir sobre teorias em construção, abrindo para a pluralidade de vozes, de culturas e de epistemologias, respeitando questões transversais a partir dos lugares de fala com pesquisadoras que estão no bojo dos movimentos feministas no Brasil. É urgente olhar para os cenários que se desenham no País, que não são os do padrão eurocêntrico, do saber colonial. Temos, atualmente, muitas correntes de pensamento crítico que transgridem esse padrão dos estudos clássicos europeus e posicionam os estudos latino-americanos e negros no foco do debate. Tivemos uma realidade de exploração e discriminação que precisa ser pontuada, refletida, criticada, pois essa imposição de saberes reflete nos modos de ser e organizar a sociedade”.